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sábado, dezembro 06, 2003

Cenas de Natal...



Lembro-me vivamente desta época do ano em minha infância. O sol voltava a dar as caras, enfeites para o Natal aqui e ali, o término das aulas, a liberdade de brincar na rua até tarde da noite sendo acariciada pelo ar morno, descalça, suada, descabelada, livre e feliz!

Somando-se a isso, as frutas do verão – aquelas de Natal – perfumando, inconfundivelmente, toda a minha casa. Uma mistura deliciosamente doce de abacaxi, manga e pêssego que ficava no ar. A cada despertar, indo até a cozinha, elas já me recebiam na escada, dando-me boas-vindas, lembrando como era bom ser criança!
Na véspera do Natal, passávamos a noite na casa de uma tia de meu pai – a tia Lourdes – a quem amo de paixão até hoje. É ainda um casarão antigo fincado no bairro do Ipiranga, bem próximo ao Museu. Do alto dos meus anos de criança, era enorme. Na sala era montada uma árvore natural que ia do chão até o teto. Como era linda! Ficava do lado oposto ao da lareira. Toda a família do meu pai participava. Uma mesa cheia de comidas maravilhosas aguçava meu paladar. Além das comidas tradicionais para todo mundo, havia as típicas italianas e tradicionais na minha família – eram as que eu mais gostava. Cêpala (lê-se tsêpala), favette e rabanada eram as minhas preferidas. Que sabor maravilhoso tinha o favette! Minha avó chegava a fazer uma porção só para mim.
Perto da meia noite todas as crianças, sob a supervisão de um adulto, eram conduzidas para um dos quartos e tínhamos que fingir que estávamos dormindo para que Papai Noel pudesse entrar pela chaminé e deixar os presentes embaixo da árvore. Ficávamos excitadíssimos mas em silêncio, apenas tentando “ver” com nossos ouvidos nosso querido Papai Noel. De repente ouvíamos um badalar de sino, uma risada retumbante e um grito de “Feliz Natal!”. Era nossa deixa para, enfim, acordarmos e voarmos escada abaixo em direção à árvore. Era impressionante a quantidade de presentes sob a mesma! Família grande, tempos fartos. Era mágico olhar para tudo aquilo. Nunca soube se ganhei mais ou menos presentes que meus primos. Não importava. Só sei que o carro de meu pai voltava com o porta-malas lotado de presentes meus e do meu irmão.
Hoje fui até uma quitandinha aqui perto para comprar frutas e verduras para esta semana. Comprei manga e pêssego, coloquei na fruteira da cozinha. Almoçamos, fomos ao dentista. Ao voltar, entrando pela porta da copa, pude sentir novamente o perfume delicioso da minha infância, sendo quase impossível não recordar aqueles dias tão deliciosos. Meus Natais mágicos vivem comigo até hoje!

Belos tempos, lindos dias...

posted by ANÍSSIMA
9:37 AM