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quinta-feira, abril 01, 2004







Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo

A morte tece seu fio de vida feita ao avesso

O olhar que prende anda solto, o olhar que solta anda preso

Mas quando chego eu me enredo nas tranças do teu desejo



O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo

A vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo

O olhar que assusta anda morto, o olhar que avisa anda aceso

Mas quando eu chego eu me perco nas tramas do teu segredo



Ê, Minas, ê Minas

É hora de partir, eu vou, vou me embora prá bem longe



A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço

A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo

O olhar mais fraco anda afoito, o olhar mais forte, indefeso

Mas quando eu chego eu me enrosco nas cordas do teu cabelo



"Desenredo"

(Dori Caymmi/Paulo C. Pinheiro)


posted by :Fabi:
4:00 PM