terça-feira, abril 27, 2004
Sinto uma frenética vontade de fazer com que as coisas voltem a ser como eram.
Flores, carinhos no rosto, sorrisos matinais.
Voz doce, acalantos, conversas intermináveis ao telefone.
Músicas que marcavam encontros, abraços longos para breves despedidas, beijos intermináveis em segundos do piscar de olhos.
Poesias, dedicatórias, paciências santificadas, entusiamo.
Nós não somos mais os mesmos.
Nem os nossos sentimentos são.
Hoje a gente senta, chora ou ri.
Faz conta e nem dá conta do tempo passando na janela.
Experimentando, ainda continuamos juntos, caminhando na mesma direção.
posted by :Fabi:
4:35 PM
domingo, abril 25, 2004
Seguuuura Peão!!!
Hoje me levantei potranca
De pelo dourado e brilhante
Remexendo as ancas
Pro meu garanhão
Hoje me levantei potranca
De crina longa e sedosa
Andando toda sestrosa
Pro meu garanhão
Me monta, cavalo de raça
Pega minha crina
Afaga minha anca
Que teu desejo pulsa
Por onde vou te levar
Me monta, potro selvagem
Te levo pra uma viagem
De onde você
Não vai mais querer
Nunca voltar
Me monta, meu garanhão
Segura com força minha crina
Afaga com garra minha anca
Beija de leve o meu coração...
posted by ANÍSSIMA
7:54 PM
quinta-feira, abril 22, 2004
Tô Voltando
Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de brahma prá gelar, muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo prá sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador, enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor, vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
Faz um cabelo bonito prá eu notar que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar, pode se preparar porque eu tô voltando
Põe prá tocar na vitrola aquele som, estréia uma camisola
Eu tô voltando
Dá folga prá empregada, manda a criançada prá casa da avó
Que eu tô voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá lá lá iá, lá lá lá lá lá iá, porque eu tô voltando
(Maurício Tapajós e Paulo Cesar Pinheiro)
Aahahahahahha, adorei essa lembrança!
posted by :Fabi:
12:50 PM
segunda-feira, abril 19, 2004
Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre, busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração
Eu já esqueci você tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama, sua carne, seu suor
Eu pertenço à raça da pedra dura
Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim, em mim
Não sou eu, sofro e sei
Não sou eu, finjo que não sei, não sou eu
Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram, enfim...
Não sou eu, sofro e sei
Quem se lembra de você em mim, eu sei, eu sei...
Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia na minha veia
Bate é no sangue que borbulhava na sua taça
E que borbulha agora na taça da minha cabeça
Memória da Pele
(João Bosco e Waly Salomão)
posted by :Fabi:
12:38 PM
sexta-feira, abril 16, 2004
Monix, você tinha razão.
O texto é ótimo, até decidi colar aqui as partes que eu mais gostei, pra ler e reler sempre.
Amar, verbo transitivo.
(Renato Janine)
Amar não é simplesmente bater nosso coração por alguém. Todos sabem que a paixão é veemente e o amor, calmo. Muitos, por isso mesmo, preferem a paixão ao amor. Mario de Andrade falava em “amar, verbo intransitivo”. É a paixão. Gosto do sentimento, mais que do parceiro. Troco-o, com o andar da vida. Mas amar, mesmo, é verbo transitivo. Em algum momento, posso aprender a gostar daquela pessoa, que conheço, com seus defeitos. O amor tem objeto direto. A paixão, não.
Por isso, o amor é mais difícil. Ele convive mais com a realidade. Ele suporta as falhas, as frustrações, a distância, o tempo, até mesmo – o que é tão complicado – eventuais traições. Num mundo descartável, ele se torna raro. É tão barato trocar de parceiro! Mas sem objeto direto, isto é, sem a convicção arraigada em nós de que o parceiro não é trocável, de que ele é singular e vale com suas qualidades e defeitos, não há amor.
Ora, pode ser que, assim mesmo, eu ame e o outro não me ame, ou não me ame mais. Minha pergunta é: se o outro não me ama mais, por que passo também eu a falar no passado? Por que nego o sentimento que deveras senti? A resposta que imagino é: porque sinto que me enganei quanto à identidade do outro. Não pode ser a mesma pessoa, a que me amava, a que me trai. Então, ela nunca foi o conjunto de maravilhas que eu imaginei. Então, amei uma miragem. E, se disser que ainda a amo, continuarei acreditando no fantasma, mais que na pessoa. Portanto, começo a separar o sentimento, que me enganou, da realidade, que me desengana. E esse desengano é terapêutico, ele me faz superar, aos poucos, a dor.
***
Mas há um terceiro ponto. Amar é mais forte ou mais frágil que a paixão? As duas coisas. Há pessoas que viviam um amor autêntico, que foi devastado porque um dos dois se apaixonou. O mais das vezes, a relação acaba de vez. Contudo, aqui há algo a comentar.
O amor é fraco diante da paixão, porque ele é mais calmo e ela, veemente. A relação entre duas pessoas que se amam é vulnerável, porque, diante dos custos e frustrações que têm, uma terceira pessoa pode parecer portadora de um sentimento perfeito, sem senões. Por isso, tantos dizem hoje que ninguém está a salvo de se apaixonar, e nenhuma relação está protegida contra o fim. É verdade.
Mas há outro aspecto. O amor tem sua força na retranca. Pode ser mau de ataque. Perde da paixão. Mas a paixão é enganosa. Ela vale na superfície, no imediato. Ela lida mal com as frustrações, o tempo. E é por isso que tantas vezes, passado o arroubo inicial, ela não sobrevive. O anterior sentimento torna a pulsar.
Algumas relações se restabelecem então, outras – talvez a maior parte – não. Porque é muito difícil aceitar que fomos traídos ou, pelo menos, deixados. Talvez a grandeza esteja em não ser conduzido pelo orgulho, em ter a coragem de dizer o que se sente: se um quer voltar, que o diga; se o outro o aceita de novo, que seja sincero. Não quer dizer que isso vá dar certo. Mas, pelo menos, que os corações se exponham.
E este é o resumo dessa crônica: temos a ganhar se lidarmos com nossos sentimentos, sabendo que são o que sentimos e não a realidade externa. As experiências que descrevi são de descompasso entre o coração e o mundo. Quis acentuar as vantagens que há nessa dor. O coração se conhece melhor, toma conhecimento da diferença entre ele e a realidade, aprende a suportar mais os seus fracassos – e, finalmente, se as coisas mudarem, se puder haver volta, o coração aprende também a esquecer sua dor, a apostar no futuro e não no sofrimento passado.
O coração, que pode causar nosso fracasso ao se iludir, pode também ocasionar nossa felicidade, se ele altera as condições externas. Tudo isso depende de uma coisa só, de sabermos que ele não é a medida da realidade. Meu coração não é o mundo. É apenas – mas isto é muito – parte essencial do que eu sou.
Clique aqui para ler o texto na íntegra.
posted by :Fabi:
2:21 PM
As coisas parecem estar fora do lugar.
As chaves dentro do armário.
As alianças na gaveta.
O barulho que ecoa no silêncio.
Não sei se sou bege ou se sou rosa.
Não sei se saio pra vida ou me enfio debaixo da cama.
Não sei qual dos sentimentos tem mais força, a mágoa ou a saudade.
Não sei porquê ainda não consegui definir o que definido está faz tempo.
Ainda não tenho a coragem necessária pra encarar o que sobrou de mim.
Não tem analgésico que cure a ansiedade que corrói meu estômago.
Nem calmante que paralise meus pensamentos.
Ainda tem algo gritando nos meus ouvidos, que esse não é o fim.
É aquela nossa música que tocou no rádio de alguém lá fora.
São os meus sinais de masoquismo.
A minha falta de saber perder.
Meu coração.
posted by :Fabi:
1:16 PM
quinta-feira, abril 15, 2004
Acabou.
posted by :Fabi:
10:09 AM
terça-feira, abril 13, 2004
Deus Salve Chico Buarque e o inventor da Brahma!
posted by :Fabi:
9:54 PM
Já me acostumei com a solidão.
Acostumei a elogiar minhas roupas.
Dedicar poemas de amor-próprio.
Acostumei a rir dos meus pensamentos.
A fazer planos monólogos.
Eu já estava sozinha
Muito antes de te mandar embora.
posted by :Fabi:
8:28 AM
segunda-feira, abril 12, 2004
Armei a tenda, o circo começou.
Agora não sei se sou capaz de sustentar essa bola vermelha no nariz por muito tempo.
posted by :Fabi:
8:41 AM
sexta-feira, abril 09, 2004
"Você diz que vem, não vem
Eu digo que vou, não vou
Você diz que tem, não tem
E diz que me convém
Arrumar outro amor
Eu digo “não quero não,
Você desconhece o amor!"
Mas me diz que sofre e chora
E diz que me adora
E me dá uma flor!
Foge quando eu falo que vou partir,
Diz que reza toda noite por mim
Mas implora, briga, tenta impedir
Eu digo adeus, ela ri
E é o fim..."
(Vem Não Vem - Orlando Moraes)
posted by :Fabi:
6:47 AM
quinta-feira, abril 08, 2004
Diluídos, os pensamentos do caos minguam
À espreita de momentos corruptíveis.
"Vislumbro certas coisas de onde estou..."
Famigerados desejos brotam antes mesmo de completarem seu ciclo.
Como são estúpidos!
Minúsculas partículas - pó de sonho - desprendem-se aqui e ali
Como orvalho de uma bela manhã de primavera.
Recheio de naftalina minhas idéias,
Numa tentativa de afugentá-las, para que não dominem-me. Nitroglicerina mal acondicionada
"Meu silêncio, às vezes, faz barulho
Mergulho, calado..."
Minha serpente descansa.
Meu leão está irriquieto.
Minha águia quebrou uma asa.
Meu boi, perdido...
De certa forma, reina a harmonia.
"Fabrico em mim, esse avião onde cruzo, impotente, meu céu,
Particularmente, turbulento...
...E penso, penso, penso, só que nem eu mesmo aguento
A hora do rush do meu pensamento..."
Corpo peninsular em meio ao Oceano
Mercúrio modificado
Água destilada
Sopro...
posted by ANÍSSIMA
9:44 PM
Te dei
Um pé
Na bunda
E jurei - no mais
feminino do termo -
Que nunca, nunca mais
Voltaria
Te vi
Na rua
Tua bunda prá lá e prá cá
Me chamando
Mexendo comigo
Lembrei o quanto
Gosto de tocar, acariciar
Morder
E babar nela
O que posso fazer?
Sou mulher - no mais
feminino do termo -
Entrego-me a este impulso
E fim.
Iza Little
posted by ANÍSSIMA
9:31 PM
Boa Páscoa, pessoal!
posted by :Fabi:
4:34 PM
quarta-feira, abril 07, 2004
Com você eu descobri o que é sub-viver. (não achei a palavra certa, inventei).
Eu desaprendi o que é festa.
Quase desacostumei a sorrir.
Deixei os pêlos da perna crescer.
Nunca mais passei batom.
Com você descobri que o ser humano pode passar dias somente existindo, sem acontecer.
Descobri minha incrível capacidade de virar ostra.
Me anulei de maneira surpreendente.
Paguei a língua, virei Amélia.
Com você sinto que não tenho talento algum.
Nem a minha cerveja é tão gelada!
Eu me quero de volta, desesperadamente.
posted by :Fabi:
9:14 AM
Todo ano é assim, né?
Morre-se pra ressuscitar na Páscoa?
Essa semana tá difícil.
posted by :Fabi:
8:40 AM
terça-feira, abril 06, 2004
Tô aqui.
Tentando me encontrar.
posted by :Fabi:
10:46 AM
segunda-feira, abril 05, 2004
Eu não sei jogar.
Não sei fingir que não quero quando eu tô a fim.
Não sei dar abraço em quem não gosto.
Não sei me fazer de forte.
Não retenho minhas lágrimas. Mesmo quando eu sei que os causadores "não valem uma fisgada dessa dor".
Não sei fingir que não estou vendo você se distanciar de mim.
Não sei fingir que não sei que as coisas morreram pra nós há algum tempo.
Não sei também distinguir se o que sinto é só meu orgulho-leonino ferido ou é uma grande mágoa mesmo.
Não sei o que vai ser de mim.
Nem o que farei da minha vida sem você, se essa for sua decisão.
A única certeza que eu trago hoje é esse imenso vazio que tomou conta do meu corpo.
É essa ponte sem proteção, é esse frio queimando.
Essa falta de música pra me acalmar.
posted by :Fabi:
11:02 AM
sexta-feira, abril 02, 2004
Querida Giu,
Não nos conhecemos, pelo menos não fisicamente. Mas posso afirmar que já te amo!
Amei a cara nova do blog, aliás, a minha cara nova. Ter a Fabi como parceira de 'bloguices" é um prazer enorme para mim.
Admirar o seu trabalho, faz com que eu me sinta duplamente privilegiada.
Obrigada, querida, por captar tão bem minha alma...
Com carinho,
posted by ANÍSSIMA
8:50 PM
Estreando
Giu, obrigada por deixar a minha casa liinda desse jeito!
Você é um espetáculo!
posted by :Fabi:
4:47 PM
quinta-feira, abril 01, 2004

Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio de vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto, o olhar que solta anda preso
Mas quando chego eu me enredo nas tranças do teu desejo
O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo, a morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto, o olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco nas tramas do teu segredo
Ê, Minas, ê Minas
É hora de partir, eu vou, vou me embora prá bem longe
A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito, o olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco nas cordas do teu cabelo
"Desenredo"
(Dori Caymmi/Paulo C. Pinheiro)
posted by :Fabi:
4:00 PM
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